quinta-feira, 12 de maio de 2011

Do amigo Frei Betto

Olha que luxo! O jornal Língua pra brincar dos alunos do primeiro segmento do fundamental do Ceat, que será lançado sábado às 9h e relançado às 14h, traz um bonito depoimento do escritor Frei Betto sobre seu amigo Bartô, nosso homenageado. Dá uma lida!
"Bartolomeu Campos de Queirós é um querido amigo. Temos muito em comum: nascemos na mesma terra (Minas Gerais), no mesmo ano (1944), no mesmo mês (agosto), no mesmo dia (25) e, o mais importante, somos marcados pelo mesmo destino: o prazer de escrever. Mas ele escreveu muito mais do que eu: tem 66 livros publicados! Eu só tenho 54. Mas se Deus quiser ainda hei de alcançá-lo...

Bartô, como os amigos o tratam, é um ourives da palavra. Agarra um substantivo ou um adjetivo e faz dele um poema. Ele, que só escreve prosa, embora seja de vocação poeta, faz de fato proesia. Poesia em forma de prosa.

Bartô é vizinho de minha mãe em Belo Horizonte. Cada vez que vou àquela capital, dou um jeito de encontrá-lo. Somos diferentes no jeito de ser: ele, nascido no interior; eu, na capital. Sou extrovertido e ele, introvertido. Sou falador; ele, de poucas palavras.

Semana passada Bartô e eu tomamos um vinho. Ou melhor, comungamos, porque vinho é bebida sagrada... Falamos de seu mais recente romance: VERMELHO AMARGO - uma preciosidade literária! E, a certo momento, ele me disse que, à noite, costuma ficar na janela do apartamento em que mora, olhando o céu, as estrelas, e então sente muita saudade do mundo...

Ler os livros de Bartolomeu Campos de Queirós é nutrir o espírito e redescobrir a magia das palavras e a beleza da vida."